Autismo: criança apresenta traços do espectro em diversas intensidades

O diagnóstico do TEA é eminentemente clínico, por isso é importante pais, familiares e professores observarem o comportamento da criança ou do adolescente em diversos contextos. Em alguns casos, é possível fazer testes neuropsicológicos que pontuam e graduam as chances de um padrão comportamental autista ou não. Se existe alguma suspeita, é preciso procurar um médico especialista e fazer uma intervenção”, conta o neuropediatra. A jornalista conta que comprou um fidget toy para que Erick consiga se regular nas aulas, sem batucar nas mesas.

Meu filho foi diagnosticado com TEA. O que devo fazer?

No caso de adultos, as crises podem se manifestar através da ansiedade em situações desconhecidas ou estressantes, principalmente durante momentos de socialização. Este diagnóstico costuma levar alívio aos adultos que, a partir de então, conseguem explicar e entender alguns de seus comportamentos. Mas, ainda assim, muitas pessoas só descobrem que estão no espectro autista muitos anos depois.

Diagnóstico

A conduta indicada vai depender da gravidade do transtorno e da idade da criança, assim como deve ser decidida junto aos pais e compartilhada com a escola. Com o apoio de uma equipe multidisciplinar (diferentes profissionais), a criança pode desenvolver formas de se comunicar socialmente e de ter maior estabilidade emocional. Apesar de alguns genes e algumas alterações estarem sendo estudadas, vale ressaltar que não há nenhum biomarcador específico para TEA. Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. Algumas vezes, os sinais e sintomas passam despercebidos na infância e são apenas identificados em adolescentes ou na idade adulta, quando as responsabilidades escolares, do trabalho e necessidade de independência são maiores. Algumas pessoas com autismo não verbal desenvolvem a capacidade de usar algumas palavras de maneira significativa, mas são incapazes de continuar qualquer tipo de conversa.

O que é autismo leve? Conheça os sinais, intervenções e mais

O tratamento para adultos no espectro autista é geralmente feito com o psicólogo. Além de apresentarem as características já descritas nos níveis 1 e 2, este também é caracterizado por dificuldades significativas de comportamentos repetitivos. Apesar disso, pessoas com TEA no nível 1 geralmente têm habilidades de linguagem e comunicação relativamente intactas e podem se adaptar bem a mudanças na rotina. Ao receber o diagnóstico, muitas vezes o adulto com autismo se sente aliviado por finalmente entender a razão por trás de alguns de seus comportamentos.

Ter o acompanhamento terapêutico e os estímulos adequados é essencial para que a pessoa com TEA possa evoluir nas barreiras de aprendizagem e na comunicação e interação social. Independente da idade que aconteça, o diagnóstico ajuda com que a pessoa entenda suas limitações e dificuldades e busque ajuda para trabalhar esses quesitos. A partir da atualização, o autismo passa a ter uma classificação própria, desconsiderando nomenclaturas com a Síndrome de Asperger e classificando de acordo com o grau de necessidade de ajuda para essas características.

No carro, ele diz sentir cheiros que o fazem vomitar, então, passamos a andar com as janelas abertas. Não deixamos de fazer as coisas, mas não podemos permitir que opressionem bpc autismo negado o que fazer a deixar de sentir o que ele sente. Por isso, encontramos soluções juntos que o façam se sentir melhor e ter sua vida em sociedade, vivendo a diversidade”, ressalta.

Quando há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais facilidade. Já quem tem hipossensibilidade, por outro lado, precisa de bastante excitação ou esforço para sentir o estímulo. Dessa forma, podem chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.

Tanto o tratamento para crianças como para adultos exige um olhar individualizado que requer uma equipe multidisciplinar composta por profissionais como psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, entre outros. O mais comum é que a pessoa reflita e responda sobre sintomas identificados em si mesma desde a sua infância até a vida adulta. Também pode ser que algum dos especialistas peça para conversar com os pais ou parentes próximos para entender outras perspectivas. Visto que o autismo impacta habilidades de relacionamento, comunicação e interação, também é muito comum que o indivíduo busque suporte visando outras queixas, como a falta de conexão com as pessoas, por exemplo. O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.

Cada pessoa autista se desenvolve no seu próprio ritmo, assim como cada família lida com o cotidiano de uma forma diferente. O que acontece é que pelo autismo ser um espectro, é possível, sim, que a pessoa caminhe nesses níveis, sempre dependendo do seu repertório e até mesmo desenvolvimento de habilidades. Nunca devemos dizer que o autismo leve pode piorar ou melhorar, porque não existe nenhum nível melhor ou pior dentro do espectro.

Por isso, em caso de suspeita em adolescentes, é recomendado consultar um neuropediatra e, em adultos, um neurologista. É muito comum que crianças com autismo façam birras, chorem muito ou fiquem mais agressivas quando ocorrem mudanças na sua rotina ou no ambiente em que vivem. Essas mudanças podem ser pequenas e nem sempre são claras para os cuidadores, podendo incluir a troca da embalagem do alimento favorito ou fazer trajetos diferentes daqueles acostumados ao sair de casa. A princípio, os autistas podem realizar movimentos, comportamentos e/ou atividades desencadeadas de maneira involuntária e repetitiva. A criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases deve receber maior atenção.